AS ERVAS AROMÁTICAS NAS DIVERSAS CULTURAS E ÉPOCAS

Hoje, os usos das ervas aromáticas são amplamente conhecidos. Mas os nossos antepassados percorreram um longo caminho de tentativa e erro até separarem as ervas inofensivas/seguras das que tinham efeitos indesejados.

Desde usos culinários, a medicinais, passando pela utilização como desinfectantes e aromatizadores, aqueles que viveram antes de nós experimentaram tudo. Para muitos povos, até, algumas destas plantas tinham propriedades mágicas ou simbólicas, que os podiam proteger de infortúnios ou prover boa sorte.

As ervas mais usadas na Antiguidade Clássica, continuam a ser aquelas que mais usamos nos nossos dias: salsa, coentros, manjericão, louro, orégãos, hortelã, rosmaninho, sálvia, tomilho, manjerona, funcho, aneto e gengibre, além do alho.

Por exemplo, no Antigo Egipto, o funcho, a manjerona, o tomilho e o alho eram intensamente usados pelos Egípcios para tratar problemas respiratórios e digestivos. As ervas eram misturadas com vinho e maceradas e, depois, bebidas como um tónico medicinal. As ervas aromáticas eram também usadas para produzir cremes, pastas, loções, chás e para aromatizar águas.

Na Antiga Grécia, a manjerona era usada como tónico para afecções respiratórias e a salsa para problemas de estômago. Os atletas olímpicos usavam hortelã esmagada como uma loção pós banho.

Já na Roma Antiga, todos nós conhecemos o simbolismo que o louro tinha para os Romanos: tanto que era com as famosas “coroas de louros” que eram homenageados os seus heróis. O aneto era usado para purificar as casas depois de um banquete.

Quando as tropas romanas chegaram às terras da Índia, já estes povos tinham percebido que a utilização de um conjunto de ervas aromáticas e especiarias, misturadas com os alimentos, não apenas melhoravam o seu sabor mas também actuavam como agentes de preservação dos produtos. Salsa, coentros, manjericão eram já utilizadas, misturadas com as, já então, famosas especiarias do Oriente.

Na Idade Média, antes do advento dos hospitais e da existência quotidiana de médicos de serviço, as ervas aromáticas eram o principal instrumento no combate à maioria das doenças que afectavam as populações. Eram cultivadas, sobretudo, nos mosteiros e manipuladas por monges e freiras, para efeitos medicinais.

Mas era normal que cada família produzisse as suas próprias ervas para consumo caseiro: uma divisão importante em todas as casas era a destilaria, onde as famílias preparavam fragâncias várias para cosmética, limpeza, produtos para a casa e bebidas terapêuticas, tudo, com base nas ervas aromáticas que cultivavam no seu quintal.

Esses produtos e as ervas em si eram, depois, usadas para uma variedade de tarefas:
• Conservação de alimentos: usadas a par do sal e da prática de fumar os alimentos e antes da utilização do gelo;
• Limpar e desinfectar as casas e os objectos: usadas para refrescar e proteger as casas de pestes e maleitas, para proteger os tecidos arrumados e para espalhar no chão das casas (maioritariamente de terra batida);
• Para além de afastarem odores, eram consideradas antissépticas e repelentes de insectos;
• Afastar cheiros estranhos do corpo, numa altura em que o banho diário era uma miragem e mal visto culturalmente (acreditava-se que fazia mal à pele). Eram usados bouquets de ervas em saquinhos escondidos na roupa para afastar cheiros indesejados.

Tradicional, era a figura do curandeiro, que usava as plantas para efeitos maioritariamente curativos e, por vezes, “mágicos” ou simbólicos, que nem sempre eram bem vistos pelas populações. Desta altura é também a expansão da figura do apotecário (antepassado do farmacêutico moderno) que “oficializou” a distribuição de medicamentos que tinham, maioritariamente, por base produtos naturais.

Na era das descobertas, as ervas aromáticas, como temperos culinários, tinham uma presença muito importante à mesa dos europeus mas as estrelas da altura eram as especiarias (Ver Ervas Aromáticas Vs. Especiarias). Por causa delas e das suas rotas de transporte, travaram-se guerras, “rasgaram-se” caminhos no mapa-mundo de então, novos povos foram descobertos.

Com essas viagens, em busca das tão desejadas especiarias, as ervas aromáticas viajaram também e misturaram-se com as de variadas culturas e povos, num movimento de globalização que trouxe até nós, hoje, uma cultura culinária diversificada (Ver Ervas Aromáticas: Origens).

Para o Novo Mundo, os colonos europeus levaram consigo sementes das principais ervas utilizadas. Estas eram essenciais, não apenas para a nova vida em novas paragens, mas também durante as longas travessias de barco até ao seu destino. Muitas até já existiam nas Américas, como a salsa, a lavanda, o poejo e o alho pôro.

Por seu lado, os nativos americanos desde sempre usaram as plantas que a natureza lhes proporcionava, não apenas para efeitos culinários e medicinais mas também, por exemplo, para tingir tecidos e produzir tintas que usavam de forma decorativa e/ou como máscaras de guerra.

Na américa do norte, os primeiros medicamentos patenteados apareceram no Século XIX e tinham como produtos activos, basicamente, ervas aromáticas usadas por colonos shakers (congregação religiosa cristã).

Na Era Vitoriana, além do uso cada vez mais sofisticado nas destilarias domésticas, para preparar todos os produtos de cosmética e limpeza das pessoas e das casas, as ervas aromáticas começaram a ser usadas secas, em misturas combinadas com flores, que se popularizaram como potpourris. Estas misturas eram mantidas em pequenas bolas de porcelana dotadas de furos que, penduradas nas divisões ou armários ou colocadas sobre os móveis, perfumavam as casas.

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